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Desde os quatorze anos,
ou até onde a memória me permite alcançar,
dancei com estranhos.
Com passos tortos e grotescos, sem delicadeza, graça ou leveza,
pisavam em meus pés.
Minha primeira valsa,
dança mais esperada de quem vive pela causa,
fora tomada de mim por um louco varrido.
Que nem ao menos sorria ou havia lido um livro,
sobre como agradar.
E ao final de cada dança,
com os pés balançando à beira cama,
ficava sempre a esperar
que um pai,
por mais desgraçado eu fosse,
me tomasse daquele lugar.
Hoje, amo a música.
Entretanto já não sei dançar.
Foram tantas as toadas erradas,
ao invés das consagradas,
que só quero ir para casa
e parar com essa mania de dançar.
Essa mania que confunde sexo,
com para sempre vou te amar.
Leonardo Eduardo Dutra
E quantos e quantas por aí tiveram suas primeiras danças roubadas, não é?
Lindo poema